Falar em “ascensão meteórica”, além de lugar-comum, talvez seja exagero para se referir à trajetória artística de Barbara Reis, já que a carioca começou no teatro ainda adolescente e hoje tem 33 anos. Mas, considerando a sua trajetória apenas na TV, pode-se dizer que ela alcançou o protagonismo mais rápido que a maioria dos colegas.
Barbara vai interpretar Aline em Terra e Paixão, a principal personagem da nova novela das nove, de autoria de Walcyr Carrasco (Verdades Secretas). O folhetim estreia nesta segunda-feira (8) na Globo/TV Bahia, em substituição a Travessia. O público conheceu Barbara em 2016, quando interpretou Doninha na primeira fase de Velho Chico, mas a personagem passou apenas três semanas no ar. Antes, a atriz havia gravado a minissérie Dois Irmãos, que foi exibida em 2017, mas ali ela esteve apenas no elenco de apoio, sem falas.
Esteve também em papéis secundários na série Os Dias Eram Assim (2017) e em Sob Pressão. Teve algum destaque em Éramos Seis (2019), como a antagonista Shirley. Mas foi em Todas as Flores, novela do Globoplay que estreou ano passado, que seu rosto se tornou mais conhecido. Ela é a vilã Débora, envolvida numa organização criminosa.
Embora já tivesse alcançado destaque naquele papel, Barbara, para chegar a Terra e Paixão, teve que fazer como qualquer iniciante: participou de uma bateria de testes, a convite da produção.
“Quando o produtor de elenco me ligou, nem acreditei que seria um teste para a protagonista. Demorou a cair a ficha. Me preparei e fui. Senti que naquele dia estava potente, preparada, e saí muito confiante”, revelou.
Na novela que estreia nesta segunda-feira, ela vive Aline, uma professora de matemática que fica viúva depois de um incêndio criminoso em sua casa. Suspeita-se que um poderoso dono de terras da região, Antônio La Selva (Tony Ramos), tenha sido o mandante da morte, por causa de seu interesse no terreno. Mas Aline, que sobreviveu junto com o filho, decide permanecer na terra, buscar por justiça e cuidar da fazenda antes administrada pelo marido.
Johnny Massaro é Daniel e Cauã Reymond vive Caio (foto: João Miguel Júnior/Globo) |
A direção artística de Terra e Paixão é de Luiz Henrique Rios, que explica por que a atriz foi a escolhida para dar vida a Aline: “Ela ganhou esse papel pela capacidade de construir a Aline que a gente precisava. Essa não foi uma escolha simples, foi muito buscada, mas acho que as pessoas vão se surpreender com o lugar da simplicidade da representação da Barbara, porque ela tem essa força”. Luiz Henrique estreou na direção em Quatro por Quatro, em 1994. Depois, esteve à frente de produções como A Indomada, Belíssima e Totalmente Demais.
Novelão Walcyr Carrasco define Terra e Paixão como uma novela clássica:
“A história apresenta um grande drama amoroso e uma luta por herança, dentro de um ambiente agrícola, rural, uma parte do país ainda desconhecida por muitos, de uma maneira que não estamos acostumados a ver em novelas. Estou fascinado pela tecnologia implantada na agricultura nos dias atuais, me apaixonei por esse ambiente e quis trazer para as telas”, revela o autor.
O drama amoroso a que o autor se refere não foge da fórmula tradicional, mas que costuma dar audiência e agradar ao público: o amor de Aline será disputado por dois irmãos, Caio (Cauã Reymond) e Daniel (Johnny Massaro). E, para tornar a história ainda mais dramática, eles são filhos de Antônio La Selva, o suspeito de ter encomendado a morte do marido de Aline.
E não é só coração de Aline que é disputado pelos irmãos, que são filhos de mães diferentes: eles também estão de olho na sucessão do comando dos negócios do pai. E a principal incentivadora da disputa é Irene (Gloria Pires), segunda esposa de Antônio e mãe de Daniel. Ela está disposta a tudo para levar o filho a substituir o pai.
Luiz Henrique Rios reforça a tese de que se trata de uma novela com os itens clássicos de uma trama das nove: “Terra e Paixão é uma novela sobre o amor, mas não apenas o amor romântico. É também sobre superação, justiça, reparação. E não uma reparação como vingança, e sim uma construção de um ideal de futuro. É uma novela sobre a superação dos seres humanos, sobre a possibilidade de cada um se reconstruir mesmo carregando dores profundas”.