Em despacho na noite de ontem (05), o juiz Ulysses Maynard Salgado, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Itabuna, abriu prazo de três dias para que o município de Itabuna se manifestem a respeito do descarte irregular de baronesas – plantas aquáticas que proliferam ao sinal da poluição proveniente do despejo de esgoto nos rios – no Rio Cachoeira.
O mandado expedido pela Justiça é fruto de Ação Civil Pública com cerca de 200 páginas, movida por duas Organizações Não Governamentais (ONGs) em defesa do meio ambiente: Grupo de Amigos da Praia (GAP) e Instituto Nossa Ilhéus. A ação ocorreu após imagens de retroescavadeiras da prefeitura de Itabuna empurrando a vegetação rio abaixo, viralizar nas redes sociais.
As gravações foram feitas por moradores da região, na ponte do Marabá, no sábado (3). No dia seguinte, as ONGs fotografaram as praias de Ilhéus poluídas com a planta e lixo, que escorreram do rio. A advogada da ONG Grupo de Amigos da Praia (GAP), Jurema Cintra, que assina a Ação Civil Pública explicou que o objetivo da medida é obrigar o município a fazer o descarte da vegetação de forma adequada.
“A falta de esgotamento sanitário e a poluição do rio fazem as baronesas se proliferarem. Em dezembro do ano passado, Itabuna assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público por conta dessa poluição. Esse é um caso de saúde pública, porque a vegetação descartada dessa forma arrasta também animais mortos para o litoral”, afirmou.
A presença de baronesas é comum no Sul, mas elas têm se proliferado. A região do estado tem sido castigada nos últimos dias com chuvas que elevaram o nível dos rios, provocando alagamentos e deixando famílias desabrigadas. As máquinas trabalhavam para retirar a vegetação que se acumulou ao lado da ponte, mas, segundo a denúncia, ao invés de recolher os detritos, estavam empurrando para o município vizinho.
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